De qual Júlio César você vai lembrar?

Rafael Camara
26 de fev. de 2018
3 min de leitura

Atualizado: 30 de nov.

Injustiçado? Ídolo? Frangueiro? Decisivo? É difícil definir a carreira de Júlio César em apenas uma palavra, mas se você procurar vai achar todas essas daí. Tudo depende de quem as diz. Nem mesmo quando o Flamengo anunciou o retorno do goleiro depois de 12 anos a torcida se mostrou unânime. O que é inegável é que hoje, no Joga de Terno, vamos contar a história de um dos maiores goleiros brasileiros da história. Júlio César Soares de Espíndola é cria da Gávea. Em 1997, aos 17 anos, já estava na equipe principal e, aos poucos, ganhava espaço até se tornar titular da equipe. Foram quase 300 jogos com a camisa do Flamengo, alguns títulos e uma idolatria que poderia ter sido maior se os times montados à época conseguissem algo mais no Campeonato Brasileiro que brigar para não ser rebaixado. Partiu em 2005, para a Itália, para defender as cores azul, preto e branca da Internazionale, com o status de um melhores goleiros do Brasil e com o título da Copa América de 2004 com a Seleção Brasileira. Ao chegar à Itália, Julio César teria que enfrentar a concorrência no gol com ninguém menos que Francesco Toldo, ídolo da Inter, mas não foi o que aconteceu. A euforia de poder jogar num dos maiores times da Itália foi trocada pela frustração de ser emprestado ao modesto Chievo, onde sequer atuou. De volta à Milão na temporada seguinte ele, enfim, mostrou ao mundo as habilidades com as mãos e, pouco a pouco, foi ganhando espaço até colocar Toldo no banco de reservas. Em sua melhor temporada, 09/10, já era visto como um dos melhores goleiros do mundo. A titularidade para disputar a Copa de 2010 era incontestável. Nome de confiança de Dunga e da torcida, Júlio César saiu errado na bola no jogo das quartas-de-final contra Holanda. O Brasil perdeu por 2x1 e ele foi apontado como um dos principais responsáveis pela eliminação. De volta à Inter, ainda manteve o prestígio da torcida por alguns anos, mas não o mesmo desempenho. A cada ano, os gols sofridos ao longo da temporada só aumentavam. O fim chegou em 2012, com direito a uma emocionante despedida no estádio Giuzeppe Meazza. Assinou então com o Queens Park Rangers, da Inglaterra, e depois com o Toronto FC, do Canadá, em passagens modestas. Tudo poderia indicar uma decadência na carreira, mas com a volta de Felipão ao comando da Seleção Brasileira, Júlio César voltou aos holofotes do futebol. O técnico contava com ele para assumir a camisa 1 (ou 12) e assim o fez. Foi o titular na Copa das Confederações e com direito a boas atuações. A confiança no goleiro parecia ter voltado. Até chegar a semifinal da Copa do Mundo de 2014, tomar 7 gols da Alemanha em apenas um jogo e ficar marcado para sempre como o “goleiro do 7x1”. Ainda seria o goleiro do Benfica por 3 temporadas até, em 2018, anunciar seu retorno ao Brasil com a promessa de encerrar a carreira no clube que o revelou. Por que jogava de terno? Ao se despedir da Internazionale, a diretoria destacou suas 300 partidas pelo clube e o chamou de “um dos maiores goleiros da história do clube”.De volta ao Flamengo. No futuro, ele poderá ser lembrado como um dos maiores goleiros da história da Inter, um dos maiores ídolos da história do Flamengo, ou o “goleiro do 7x1”. Ou tudo isso. Como você o define? 👤 Júlio César Soares de Espíndola 👶 3 de setembro de 1979 (38 anos) 🏠 Brasileiro 👕 Flamengo, Internazionale, Queens Park Rangers (ING), Toronto (CAN), Benfica e Seleção Brasileira 🏆(principais) Coppa Itália: 05/06, 09/10, 10/11; Série A da Itália: 05/06, 06/07, 07/08, 08/09 e 09/10; (Internazionale); Primeira liga portuguesa: 14/15, 15/16, 16-/17 (Benfica); Copa Mercosul: 99 (Flamengo); Liga dos Campeões da UEFA: 09/10; Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 10 (Internazionale). Copa América: 04; Copa das Confederações: 09 e 13 (Seleção Brasileira) 👑 (principais) Melhor goleiro FIFA: 09/10; Melhor goleiro da Copa das Confederações de 13. Classômetro: 👔👔👔👔👔👔👔👔 (8)